Me pego sentando e pensando nas coisas que já fiz, já á disse, já pensei, acertei, falhei, tentei, omiti, mascarei refiz e falhei. No canto escuro do meu quarto, minhas memórias saltam e, uma fina parte do meu rosto, fica molhada em uma linha que parece reta e as vezes faz seu caminho torto. Posso me resumir nisso, tenho uma linha que parece reta, só que faço um desvio, que na maioria das vezes me custa muito mais caro do que seguir em frente e ver a distancia maior. Só que eu não ligo mais para os valores a serem pagos, então não me importa a distancia a ser andada ou se eu vou ficar estacado em um lugar por muito, muito tempo, não estou ligando.
Elas retornam. Retornam juntamente com um taco de beisebol, acertam bem no centro da minha nuca, fazendo essas memorias se injetarem nos meus pensamentos de forma bem dolorosa. Ah. A dor. O que é a dor? O que eu sinto sempre? O que você sente sempre? Meu rancor, ódio, raiva e desprezo pelo sentimento de amor? Sou um desprovido de vida? É essa a dor? Sendo assim, eu sei uma parte dela.
Com seu ponto de partida iniciado em um portão, o mesmo portão que durante algumas horas, me separava daquela que eu gostaria de estar naquele momento. Eu ia ao contrário de outras 30 pessoas por quase metade de um ano. Vendo as coisas caminhar do jeito que elas estavam sem tomar nenhuma providencia, apenas deixando andar e andar. O que deixava desmotivado era apenas o medo de ver algo dando errado. Só que o que não estava no meu campo de visão, era que desde o começo já se tinha começado errado. Com umas palavras erradas, os dois se calaram e se aproximaram e então começa toda a inversão de posição do equilíbrio de um ser humano, seu mundo vira de cabeça pra baixo. Ao termino daquilo o sofrimento. Relembrando que o fim foi numa rua, longa rua. Caminhada grande, e demorada e num certo ponto, fui obrigado a parar de andar e deixa lá seguir sem mim, pois não tinha mais nada ao meu alcance que eu poderia fazer pra reverter a situação. Volto a rua longa e no seu meio viro para a esquerda e vou seguindo até próximo ao seu fim, a esquerda novamente, paro em frente a campainha e chamo quem ia me entender naquele momento e que melhor iria me aconselhar mas, aconselhar o que? Pois eu já sabia muito bem o que fazer, apenas deixa ela seguir o seu caminho, me deixando para trás em seu pensamento e eu, logicamente, fazer o mesmo com ela. Apenas amigos. Outras chances, sim eu tive elas. O problema é que eu sabia também como ia ser o fim dele, iria se repetir, então resolvi deixar passar. Passar a chance que eu poderia ter agarrado e talvez não ter largado mais. Deixar ela seguir, me cortou por dentro, sangrei muito, não tinha pulso e assim, chegou a hora que tudo escureceu, meu corpo caiu e meus músculos entraram em colapso. Parei. E quando voltei estava deitado numa cama dura, num ambiente silencioso, onde todos usavam branco e onde tinha vários monitores ligados ao corpo, meu corpo. Depois apenas sai e continuei seguindo.
Todos juntos, num cômodo de aço, peguei o que me pertencia e sai, seguia em direção a rua com muito cuidado para não acertar a cabeça de ninguém com aquilo que eu carregava, cheio de parafusos expostos que facilmente poderia perfurar alguém e complicar muito o local onde os pequenos se encontravam, crianças. Estava diferente, com uma certa raiva, estava de lado neste dia e nesta mesma hora, com todo o cuidado tomado para não acertar ninguém, quase acerto quem me fez esquecer do que pensava e apenas olhar para ela. Como andava e o jeito que se entrei-a com os pequenos que ali estavam. Sabia que era parente de alguém que trabalhava no prédio, alguém da parte administrativa e assim foi. Muito tempo se passando e nunca disse uma palavra dirigida especificamente a ela e nem indiretas, apenas olhares. Ela devolvia esses olhares e então sorria e eu, não sabia o que fazer mais, me paralisava o corpo e eu não fazia nada. Tivemos nosso tempo, muito mas, muito curto mesmo, onde estava escuro, o som rolava e pouco tempo depois, as luzes se acenderam, então, foi nosso fim ali mesmo. Falamos, tentamos outras vezes e sempre aparecia alguém para atrapalhar, então paramos e ela se foi. Voltou para o lugar a que lhe pertencia e então não soube mais nada sobre ela.
Agora, tem outra situação da mesma forma. Com os mesmos obstáculos e tudo mais. Com vários términos e inicios conturbados e assim, o final mais dramático, foi claro, o pior. Não vem olhar a redundância dessa parte, escreve melhor então! Sem desviar do assunto principal. Com acontecimentos e sentimentos alheios sendo despertado somente quando o meu é despertado também. Um despertador programado em todos para se ativar na mesma hora, conturba qualquer pessoa. O passado também não ajuda, tanta coisa vivida, ouvida, sofrida e vista. Situações de extrema tensão. Sentindo novamente aquela famosa lamina prateada passando lentamente por sua pele, apenas arranhando e saindo minúsculas gotículas de sangue, nada mais grave, sem pressão o suficiente para desviar sua passagem de ar. Viu que era um erro, não iria deixar tanta gente com a consciência pesada dessa forma. Pra que tanto? Se pergunta toda noite. Isso não seria para causar felicidade e momentos agradáveis? Então por qual motivo o ambiente começa a pesar e uma grotesca nuvem se fecha com um brutal tempestade? Sem exageros nem drama nenhum. Sim, o tempo fecha. Sinta sua garganta queimar a todo gole que der, gosto ruim nos três primeiros. Passou, agora não sinto mais nada. Poderia fazer isso, somente correr pra algum lugar com qualquer pessoa e beber o suficiente até ter uma completa amnesia de minha vida momentânea e assim afogar tudo. Vários juntos, me passa o filme de todas. Falsos, ainda conseguem me olhar na cara e me cumprimentar. Eu sei, apenas não negue. Acusado, Vendo sua idade, imatura demais para o que acontecia. Assim fui julgado e condenado. Não por tribunais, juízes e promotores, e sim por pessoas próximas, meu sangue, família, ligação biológica. Todos se juntam de uma vez e vem de uma vez na minha nuca com o taco de beisebol. Não é justo, nada é justo. Isso revira toda noite e não sei como ainda consigo olhar na caras deles. Sujos, hipócritas e vazios. Apenas físico.
Vivemos assim, vivo assim. É um drama e a vida varias e varias vezes se fecha e apenas deixa seguir, fazendo vista grossa e eu batendo novamente a cabeça nas pontas afiadas que me aparecem. Fortes batidas, como não chegou ainda ao meu cérebro? Não entendo. Sozinho, parecendo desprovido de vida. Chegando a ponto extremos, não sei como ainda consigo sair deste editor. Tentar andar agora depois disto não vai ser fácil!
Consegue me acompanhar até aqui? Então achou a historia interessante e bem errada gramaticalmente. Ou simplesmente está com tedio. Desviei sim do assunto em pauta. Isso foi drama, nada imaginado, apenas muito, muito reduzido mesmo, da real história.